Vereador Eduardo Cassol, do Conde, desdenha de indígenas e tacha nativos de ‘cabras safados que se vendem’

 Em um áudio que circula das redes sociais, o vereador Eduardo Cassol, do município de Conde, causou alvoroço ao não reconhecer os indígenas como verdadeiros membros das comunidades étnicas, além de utilizar termos pejorativos para descrevê-los. Durante uma declaração pública, Cassol referiu-se aos indígenas como “cabra safado”, desencadeando críticas e indignação de diversos setores da sociedade.

“Esses índios aí pra mim num é nem índio”, afirmou Cassol de forma categórica, destacando sua falta de reconhecimento às comunidades indígenas. Suas palavras, permeadas de preconceito e desrespeito, foram amplamente repudiadas pela população local e por organizações defensoras dos direitos humanos.

O vereador também expressou sua frustração em relação às tentativas passadas de oferecer apoio aos indígenas, alegando que suas ações foram frequentemente mal interpretadas e não resultaram em uma colaboração satisfatória. “O cara ajuda e depois ficam se vendendo tudinho”, reclamou Cassol, demonstrando sua desilusão com as interações passadas.

“Oh meu amigo, deixa ele lhe dizer uma coisa, eu já quis tanto dar apoio aos índios, mas esses índios aí pra mim num é nem índio, são uns cabra safados que se vendem. O cara ajuda e depois ficam se vendendo tudinho, eu estou de saco cheio desse povo que só quer usar a gente. Já tentei ajudar demais, mas eles sempre fazem de uma maneira de desrespeitar a gente. Eu não estou a favor nem sou contra, eu só quero dizer que não vou tá mais perdendo meu tempo com os índios não, porque já tentei ajudar demais e eles sempre acabaram no fim me sacaneando”, detonou.

As declarações de Cassol surgem em um momento crucial, quando a Fundação Nacional do Índio (Funai) anuncia a formação de um grupo técnico para demarcar as terras indígenas Tabajaras. Este movimento tem como objetivo garantir a proteção e preservação dos territórios ancestrais das comunidades indígenas, enfrentando desafios e resistências como a manifestação de opiniões discriminatórias como as expressas pelo vereador Cassol.

As palavras de Cassol não apenas expõem uma mentalidade discriminatória, mas também ressaltam a importância contínua da educação e conscientização sobre os direitos e dignidade das comunidades indígenas. É imperativo que líderes políticos, como os vereadores, reconheçam e respeitem os povos indígenas, promovendo a inclusão e a igualdade em vez de perpetuar estigmas e preconceitos.